Nopes

Postado por: Dino Pessoa

Ainda sobre o tema de trabalho em casa (faz pouco escrevi outro sobre os golpes que orbitam e assombram os que se interessam por esta modalidade de trabalho), gostaria de fazer mais algumas considerações.

Normalmente quem procura uma oportunidade de trabalho em casa carece de qualificação mais específica. Isso é fácil de deduzir: quem sabe cortar cabelo, não perde tempo procurando, vai logo dar um jeito de abrir uma sala de cabeleireiro em casa; quem sabe cuidar de unhas vai tentar trabalhar como manicura; quem domina idiomas vai ministrar aulas particulares ou fazer traduções; quem sabe trabalhar com websites ou programação vai procurar quem contrate seus frilas; quem sabe costurar, costura; e assim por diante: quem tem uma qualificação vai tratar logo de desempenhá-la, em vez de ficar às tontas procurando o que fazer.

Para quem não tem qualificação específica, no entanto, vale repetir o que já foi dito no (tão criticado) livro "Pai Rico, Pai Pobre": esteja sempre preparado para vender alguma coisa, e nunca lhe faltará emprego.

Muitas são as indústrias que incentivam os pequenos negócios, como as fábricas de fraldas, remanufaturas de cartuchos e toners de impressora, arte em camisetas, serigrafia em geral, etc. Talvez não seja exatamente o sonho de muitos trabalhadores, mas com um pouco de imaginação e muita vontade de trabalhar dá para chegar a um bom termo.

Agora, definitivamente, o que não dá é pra confundir trabalhar em casa com receber para estar em férias permanentes. Como diria o Padre Quevedo, "isso non ecziste".

Postado por: Dino Pessoa

É claro que o título desse texto denota algo que não existe. Se você pensa que sim, então eu repito: não existe isso de trabalhar quase nada e faturar fortunas. Em outras palavras: é impossível ganhar muito dinheiro sem trabalhar (ou ter trabalhado) muito pra isso.

Todos os dias a gente vê, principalmente na Internet, muitas ofertas de pretensas oportunidades de trabalho em casa que prometem mundos e fundos para quem as aceitar, mas que na prática não passam de golpes que visam enrolar a vítima cada vez mais, até que ela tenha gastado o último centavo e desista por exaustão do "negócio".

Mas como tudo no mundo dos negócios, esse "ecossistema" só existe porque há um equilíbrio entre oferta e demanda (na realidade, a demanda pode e deve ser um pouco maior que a oferta para o bem dos "empresários" do ramo).

Em outras palavras: só tem malandro tirando vantagem porque tem otário praticamente implorando para ser enganado, humilhado, espoliado e violado sem preservativo no final.

Se você está à procura de um trabalho que possa realizar em casa, tenha certeza de que vai ter que trabalhar muito, provavelmente bem mais que as oito horas diárias de um emprego formal. Caso você resolva empreender e criar um negócio próprio, vai ser ainda mais trabalhoso, e o início será tão difícil que você provavelmente vai pensar muitas vezes em desistir. Mas se você perseverar, talvez no futuro você possa olhar para o passado e sentir orgulho da caminhada que fez.

Caso disponha de computador, linha telefônica e Internet em casa, você poderá experimentar um emprego como atendente de telemarketing, ou coisa parecida. Procure nas agências de emprego da sua cidade por oportunidades como esta.

Ouse.

Inove.

Crie.

Faça o que fizer, só me prometa uma coisa: que não vai acreditar em ofertas milagrosas que prometem riqueza e vida mansa sem muito esforço e suor.

Postado por: Dino Pessoa

Essa é ótima, e embora não seja propriamente novidade para os ailurófilos, sempre é uma coisa divertida de se ver!

Esses bichinhos têm mesmo o dom de divertir quem tenha um pingo de alegria em seus corações!

Postado por: Dino Pessoa

Essa maquininha que parece um smartphone feioso é o Twitter Peek, um aparelhinho que tem uma única função na vida: tuitar. Seu fabricante, a Peek, já é famoso por botar no mercado aparelhos que parecem smartphones mas na verdade são dispositivos bem mais limitados (sendo o seu mais popular um aparelho que server para ler e escrever e-mails e SMSs, por 15 Dólares mensais).

Agora eles estão com essa ideia de vender por praticamente duzentos obamas esse aparelho que só serve para tuitar, e mais nada.

Não chega a ser um total absurdo, considerando que o cliente não vai ter mais nenhum outro custo de utilização --- ao contrário do irmão mais velho que custa 15 baracks mensais ---, mas é de se pensar se a atividade de tuitar para alguém chega ao ponto de ser assim tão importante, requerendo um dispositivo dedicado.

Às vezes acho que tem gente que leva o Twitter a sério demais. Noutras vezes penso se sou eu quem ainda não entendi a ferramenta.

De qualquer forma, 200 Dólares por uma maquininha só de tuitar é caro demais, até mesmo para os perdulários dos estadunidentes, concorda?

Postado por: Dino Pessoa

Juro por Deus que quando meus olhos viram o que viram minha mente se recusou a entender, e mais ainda a aceitar, o que estava escrito.

Deixa eu começar pelo começo.

Embora eu seja cristão (mas não evangélico, nem católico, nem qualquer rótulo igrejeiro desses) gosto de ler o que um menino muito inteligente escreve em seu blog, num tom que parece que se ouve o seu sotaque gaúcho. Falo do blog A Grande Abóbora. O autor do blog é ateu, matemático, mas ainda assim um grande sujeito, e vira e mexe ele traz sua visão absurdamente lógica das coisas para o blog, e mesmo que eu não concorde com ele, agrada-me ler.

Nessa madrugada insone eu estava lendo o blog e encontrei um texto chamado Por que as coisas caem para baixo?, que aqui e agora serve apenas como mote para eu falar do que realmente está me "incomodando": no meio do texto (que parece ter sido uma barriga, pois The Onion é um site que só veicula pilhérias) ele cita um link para uma pergunta, em Inglês, do Yahoo! Answers (em Português temos o Yahoo! Respostas): I'm concerned that my son has a secret girlfriend?

Para quem não lê Inglês eu dou uma ajudinha: uma mãe descobriu uma revista com fotos de homens nus no quarto de seu filho de 17 anos, que ultimamente anda de segredinhos e não quer mais ir à igreja. A certeza da mãe é que ele tem uma namorada secreta que levou a revista de homens pelados pra casa dela; o medo dela é que o rapaz engravide a moça; a dúvida é como agir ante tal situação.

É claro que as pessoas que respondem essas perguntas esfregaram na cara da mulher a verdade que ela está negando: o filho é gay e em vez de ficar tentando tapar o sol com a peneira ela deveria era conversar com o rapaz, e ensinar-lhe como se usam preservativos, sobre doenças sexualmente transmissíveis, etc.

Mas nada disso! A mula (com perdão às mulas que mesmo sendo estéreis seriam melhores mães que essa criatura) prefere negar a condição, porque sempre ensinaram ao garoto que é errado ser gay, que Deus odeia as bichas, que usar preservativo é pecado, e sei lá o que mais.

Essa história me lembra um excelente filme que vi há algum tempo chamado de Latter Days (Últimos Dias em Português), que conta o drama de um jovem mórmon que se vê em conflito entre o que os pais hipócritas prepararam para sua vida e o seu sentimento por um outro jovem, sentimento este que ao ser exposto lhe custa um alto preço.

Graças a Deus que meu pensamento já conectou essa informação horrível (dessa mãe cega) com um filme lindo e emocionante. Mas vou tentar retomar o raciocínio original.

Este jovem, o da revista gay, tem só uma chance de ser um adulto saudável: é ele ter uma estrutura psicológica inata suficientemente equilibrada a ponto de não assimilar mais traumas e problemas oriundos de uma família ignorante e preconceituosa. Ele vai ter que ter jogo de cintura para ir enrolando a família (a mãe, já que o pai deve ser um hipócrita ausente) até ter condições de dar o fora de casa para viver a própria vida em paz.

Caso contrário, ele vai acabar sendo expulso da família (ele não sabe que é melhor não ter família do que ter um lixo como o dele, mas não sou eu quem vou dizer), vai parar na rua, e sabe-se lá a que estará exposto.

Caso isso aconteça, é pouco provável que os pais sintam sequer uma ponta de remorso, pois eles acham que estão expulsando o demônio de dentro de sua casa; a última coisa que passa pelas suas cabeças é que são responsáveis por este filho, e que o amor por ele deveria estar acima de qualquer outra coisa.

Esse mundo não tem mais jeito mesmo. Ou será que tem?